M. Daedalus - POESIA / POETRY
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fiorde

No topo do fiorde renovo o meu fascínio pelo mar.
A escarpa nua dá lugar à dourada moldura da areia.
Como num fio de navalha a terra transforma-se em mar.
Na rebentação soa o monótono diapasão dos dias.

As sombras das nuvens tomam vagares sobre o cinzento das vagas.
Vejo a minha identidade submersa em longas ansiedades.
Se ao menos não possuísse vestígios de memória.

Pretendi amar e apenas me transfigurei em mágoa.
Procurei refúgio na distância e sinto-me enclausurado.
Criar tornou-se doloroso, quando era mero prazer,

A vida não é arte e leva-me a escrever linhas apreensivas.
Mil cores rodeiam-me na íngreme colina que desço,
A natureza não é uma debutante, radiando confiança,
A primavera nórdica parece rir-se...
 

M.Daedalus

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