príncipe de Sagres
As labaredas crepitam altas sobre o mar
Onde o esgar do alaúde não alcança
Henrique, tu vives onde a terra acaba
Despachando a ânsia da Europa
As tuas naves impelem os nossos sonhos
Aguardas cruzes cor de sangue no horizonte
Tornaste-te no leal companheiro das estrelas
Vês a via-láctea fluir numa noite ibérica
Imitando os oceanos que te navegam as veias
Procurando preencher os sapatos de Ulisses
Lendo as missivas de Marco Polo como epistoles
Para além da crença, para além
do medo
Semeias a fé e colhes a ciência
Voando na suave fúria da razão
Saúdas novas de países por inventar
Não ambicionas possuir, apenas descobrir
Rescreves o planeta de Arzila a Zanzibar
A Terra ficou mais pequena, a humanidade maior.
M.Daedalus |
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